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Procura-se | Redes sociais e a busca por pessoas desaparecidas

DESAPARECIDO.001Sabemos que hoje a propagação de informações é rápida e intensa e tudo isso graças aos inúmeros meios de comunicação que possuímos. A internet é o principal entre os existentes, e dentro dela, as redes sociais vêm desempenhando bem esse papel. Além de funcionar como uma forma de entretenimento que já virou mais do que febre no mundo todo, pode auxiliar em muitas coisas importantes, entre elas, a procura por pessoas desaparecidas.

Ficar conectado, mais do que “antenado”, significa estar informado de tudo que acontece e não apenas a sua volta, na sua cidade ou no seu país, mais principalmente no mundo todo.

Nos dias atuais é muito difícil encontrar pessoas que não leiam ao menos uma notícia na internet que, aliás, já passou a ser o jornal diário de muita gente por aí, pensando assim, páginas foram criadas nas redes sociais voltadas especialmente para a busca dos familiares pelos seus entes desaparecidos.

Todos os dias crianças, adolescentes e adultos somem sem deixar vestígios. A estimativa do Governo Federal, apenas para crianças desaparecidas gira em torno dos 40 mil todo o ano, embora saibamos que por falta de registros oficiais voltados para estes fins, este número é muito maior, sem contar o número elevado dos adultos que desaparecem também.

São muitas as causas que levam a desaparecimento, desde sequestros, tráficos de pessoas, trabalho escravo, adoção ilegal, prostituição, etc, mas o fato é que, assim que o sumiço de uma pessoa for constatado, o ideal é ir até a delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência o mais rápido possível para que as investigações sejam iniciadas.

No caso de crianças desaparecidas, por exemplo, existe uma lei, chamada Lei da Busca Imediata (nº11.259/2005) que determina que as investigações comecem imediatamente após ser feito o Boletim de Ocorrência, por isso, se você for fazer algum B.O deste tipo, e alguém lhe mandar esperar até o dia seguinte, ou qualquer outra coisa semelhante, não aceite e exija seus direitos.

Mas os inúmeros casos de desaparecimentos não param de aumentar e, ficar a espera que os órgãos públicos os resolvam com rapidez e a devida eficiência, é muito angustiante.

Os familiares não aceitam essa situação, de apenas cruzar os braços e ficar sem fazer nada, por isso mesmo, recorrem à divulgação de imagens em páginas na internet. Em geral, os familiares procuram as redes sociais quando já tentaram as alternativas disponíveis e não obtiveram resultados.

Nessas páginas, fotos e informações importantes dos desaparecidos são divulgadas e compartilhadas por aí, em busca de qualquer pista que seja. Em algum momento, enquanto navegava pela sua rede, você já deve ter se deparado com alguma dessas fotos circulando por aí ou até mesmo compartilhado, o que é ainda melhor, pois quanto mais divulgado a foto se torna, mais chances de obter retorno o familiar terá.

Na página “Pessoas Desaparecidas” no Facebook, por exemplo, essa divulgação é feita após confirmação dos dados e informações da pessoa desaparecida via telefone com o familiar, pela criadora da página Taciana Bouéri, antes de postar. Qualquer coisa que ajude na identificação da pessoa é válida na hora da divulgação.

O que mais se pede são informações como cidade do desaparecimento, número do Boletim de Ocorrência, telefone da delegacia onde o caso foi registrado além dos dados mais comuns pedidos em caso como esses como as características físicas ou se a pessoa é portadora de alguma doença ou transtorno mental.

No entanto, nem todos os casos que chegam nessa página são divulgados dessa maneira, pois há o risco de prejudicar as investigações, como é o caso dos seqüestros. Tem que ser tomado o máximo de cuidado neste tipo de procedimento já que não há como saber a índole da pessoa suposta a ajudar, pois pistas falsas são passadas frequentemente.

E essas páginas não param de surgir a cada dia, o que é um bom sinal, pois há a garantia de que ao menos algumas pessoas serão ajudadas, além do mais, elas são criadas para mostrar um pouco do descaso e a falta de apoio e suporte aos familiares dos desaparecidos. Infelizmente esta é a realidade que vivemos em relação a este assunto atualmente.

Graças ao amplo alcance das redes, até mesmo os bichos de estimação e objetos podem ser encontrados, como é o caso de uma família no Alasca que conseguiu achar a cachorra que haviam perdido durante uma tempestade de gelo, com o auxilio do Facebook.

Na hora em que a divulgação for feita, não se esqueça de colocar as informações importantes, porém, evite colocar o telefone residencial, prefira número de algum celular ou o telefone do Disque-Denuncia.

A exemplo disso, temos a piauiense Luiza Boavista que em maio foi encontrada no dia seguinte ao seu sumiço devido a enorme mobilização nas redes sociais, entre fotos e informações da moça. Quanto mais recente a foto for, melhor para as investigações.

Além das redes sociais, sites e aplicativos para Smartphones auxiliam na comunicação de desaparecimento. O app, Find People desenvolvido pela empresa brasileira Startup ajuda na localização de pessoas desaparecidas.

A ideia de criar algo assim surgiu após o Johny Hederson, fundador da empresa, assistir um programa de TV sobre pessoas desaparecidas e, depois de uma pesquisa, ter se dado conta de que não existia ainda nada parecido, logo, repassou a ideia aos seus amigos e também fundadores da empresa que felizmente acabaram abraçando a causa.

Já são 458 pessoas desaparecidas cadastradas, mas qualquer um pode fazer um novo registro, basta que um banco de dados seja preenchido e que as informações sejam checadas através da equipe de Startup que entra em contato com o usuário. O andamento do caso fica por conta dos usuários que ainda podem ajudar, compartilhando as informações. Compatível com Android, iOS, Windows Phone e Web.

As redes sociais e as páginas dedicadas ao desaparecimento de pessoas são mais do que uma ajuda na investigação, já se tornaram grandes comunidades de pessoas unidas pela mesma dor, familiares que mais que uma foto, compartilham da mesma experiência de saber como é ficar sem notícias da pessoa amada, como é perder um filho, um namorado, um sobrinho.

Nessas páginas, as pessoas recebem ao menos um conforto, recebem mensagens de apoio das outras pessoas e amigos, coisas pequenas, mas que a cada dia renovam a esperança de quem está nessa busca incansável há dias, meses ou até mesmo anos.

E quando um familiar que participa da página consegue encontrar a pessoa que procurava então, é como um incentivo as outras pessoas que se encontram na mesma situação, uma certeza cega de que a mesma coisa irá lhe ocorrer, e mais, se sentem feliz pela pessoa que foi achada, é como se fosse alguém da sua própria família.

Mas mesmo as redes sociais terem se tornado um importante aliado na busca por estas pessoas, ou ao menos algumas pistas, isso não exclui o fato de que comunicar o desaparecimento a polícia o mais rápido possível é sempre bom. Se você souber de alguma coisa, reconhecer alguma pessoa de uma foto de divulgação dessas que passaram pela sua rede, não hesite em comunicar as autoridades. Fique atento.

Sobre a autora:

Aline

 

 

Aline (alinerodrigues@sautlink.com é estudante e apaixonada na arte de escrever e pesquisar histórias e fatos. No Grupo Sautlink é  colaboradora da área de Comunicação, Conteúdo e Mídias Digitais.

 

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